do céu, esta noite. Ficou presa a um
ramo de árvore, mas só ela brilha,
único fruto luminoso do verão passado.
Ponho-a num frasco, para não se
oxidar; e vejo-a apagar-se, contra
o vidro, à medida que o dia se
aproxima, e o mundo desperta da noite.
Não se pode guardar uma estrela. O
seu lugar é no meio das constelações
e nuvens, onde o sonho a protege.
Por isso, tirei a estrela do frasco e
metia- no poema, onde voltou a brilhar,
no meio das palavras, de versos, de imagens".
Nuno Júdice, O breve sentimento do eterno, Edições Nelson de Matos, página 51
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