«A
ideia de dignidade individual adquiriu um novo significado pelo facto
de a informação se ter tornado mais acessível na sequência da invenção
da imprensa». (1)
A
Liberdade de imprensa (dia que se comemorou ontem) devolve a cada um de
nós a importância da informação nas sociedades contemporâneas, onde o
pensamento, as ideias se pensam como o principal motor de organizar a
sociedade e das escolhas feitas.
Associada
à Democracia, a liberdade de imprensa é um dos elementos da sociedade
ocidental que em alguns países souberam caminhar para a defesa do valor
da liberdade individual, como suporte da legitimidade dos que governam.
Evidentemente que o uso da razão, condição para o exercício da liberdade
é limitado de imensas formas. A Democracia não é um estado natural do
homem e das sociedades mais desenvolvidas. Ela carece de um trabalho
profundo intimamente ligado à liberdade de informação.
Quando
o sistema político dilui a capacidade dos cidadãos em formular opiniões
por acções dominadas pelos factores económicos ou pela simples
distorção dos factos a Democracia torna-se meramente formal. Em último
caso é a própria legitimidade dos que governam que carece de fundamento.
O
papel de uma imprensa independente do poder político, com capacidade
financeira, interessada em ajudar a criar uma opinião pública é uma das
bases de uma real Democracia. Jornalistas credíveis, cuja palavra é um
recurso de fundamentação no espaço público, é uma das garantias da
liberdade individual. Há ainda perigos para a escrita livre?
A Liberdade é assim, ainda um risco, um ideal para combater. Pelo controle económico das empresas de media, pela condução de figuras menores à possibilidade de influenciar em discursos de cor única as possibilidades dos cidadãos e a sua dignidade. Em termpos de aparente abundância, a concretizaçãoi dos valores humanistas implicam uma atenção ao valor essencial de uma IMprensa comprometida com a civilização.
A Liberdade de Imprensa é assim, não uma questão de países pobres, mas também das sociedades ocidentais, onde o espaço
público é frágil. A Liberdade de Imprensa remete-nos em última instância
para a leitura e para a escrita. Mostrando-nos como os recursos
tecnológicos, sem uma massa crítica de ideias se esvazia em silêncios
ameaçadores.
(1) AL Gore, O Ataque à Razão
Imagem, in http://notasaocafe.wordpress.com
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