sábado, 27 de dezembro de 2014

Leituras - Pequenos poemas em prosa

É um dos autores da modernidade, no seu sentido mais contemporâneo, naquilo que um mundo de contrastes e de racionalidade procurou emergir após as revoluções industriais, com todas as suas alterações na arte e na sociedade. É um dos grandes poetas da literatura francesa e teve no século XIX uma imensa influência. Conhecido sobretudo por uma obra, As flores do mal, publicada em 1857, onde a sua poesia questiona os elementos capazes de subverter uma ordem que se transforme e ilumine melhor o coração do homem.

Pequenos poemas em prosa, obra que não foi terminada, foi escrita nos últimos anos de vida e teve a sua publicação inicial em revistas literárias e periódicos da época. Com Pequenos poemas em prosa o poeta procura abolir as fronteiras muito marcadas entre a poesia e a prosa, apresentando uma sensibilidade profundamente revolucionária para o século XIX e que excede em muito esse século. Baudelaire deixou-nos nesta obra algumas das suas ideias marcantes, a relação entre o mundo visível e o que construímos com os sentidos, o que sabemos definir pela observação de objectos, o que se esconde desse mundo real. As sensações, os cheiros, as visões, o simbolismo oculto que cada um pode descobrir.

Poeta marcado por um desprendimento social, pela procura no natural de formas de amar significativas, onde a desilusão, a solidão, o desencontro das pessoas possa ser ultrapassado. A noite, como refúgio, as nuvens, como perpétuo, movimento, as máquinas, o vapor, o caminho-de-ferro como equipamentos para a viagem essencial, a de procurara sempre outros locais, outras sensações, permitindo conhecer outras realidades. O poeta da procura do espanto, pelo sentido mais decadente. A embriagues como forma de superar o Tempo, numa atitude de com a poesia, com o vinho, com a virtude, com o bem, encontrar as respostas que nos façam trazer em cada célula a portabilidade de algo de essencial.

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