quinta-feira, 5 de junho de 2014

Cíclades ou as palavras para Pessoa

"(...) Onde ainda no mármore das mesas 
Buscamos o rastro frio das tuas mãos
- O imperceptível dedilhar das tuas mãos (...)

Com meticulosa exactidão desenhaste os mapas
Das múltiplas navegações da tua ausência (...)
E tinhas muitos rostos
Para que não sendo ninguém dissesses tudo
Viajavas no avesso no inverso no adverso (...)

E celebro a tua chegada às ilhas onde jamais vieste
Estes são os arquipélagos que derivam ao longo do teu rosto
Estes são os rápidos golfinhos da tua alegria (...)

aqui brilha o azul respiração das coisas
Nas praias onde há um espelho voltado para o mar (...)

Como se o teu navio te esperasse em Thasos
Como se Penélope
Nos seus quartos altos
Entre seus cabelos te fiasse"
 
Sophia, in O Nome das Coisas

(Imagem,  via http://bearmountains.tumblr.com/)

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