segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Mozart - a virtude do génio

«Aquele que possui em si a plenitude da virtude
É como uma criança acabada de nascer» (1)

Mozart, cujo data de nascimento celebramos, é um dos mais elevados marcos da música universal e do pensamento. Criança prodígio na execução dos sons, compositor de centenas de obras musicais tentou por sua conta e risco mostrar o seu talento sem a sombra de patronos.
 
Tendo sido um dos maiores compositores universais onde a complexidade nos é transmitida de forma simples, morreu jovem. Homem optimista, esforçado nas suas tentativas para ser livre, viu postumamente o seu génio ser reconhecido. Músico brilhante nunca quis abdicar da sua honra e da sua consciência, mesmo perante os mais poderosos.
 
Mozart é igualmente um marco na história do pensamento porque representou um esforço para libertar a sociedade humana do controle apertado e sufocante da Cidade de Deus. No século XVIII a Europa Continental ainda estava longe de tolerar diferenças religiosas. Algumas das óperas de Mozart, procuraram mostrar que no serviço a Deus existiam diferentes caminhos. A tolerância e a procura do próprio conhecimento é um direito do Homem. Don Giovanni representa a tentativa de procurar esse caminho novo, ao encontro de uma liberdade que seja acessível ao género humano. 

A condenação final é ainda a confirmação de uma sociedade velha onde o controle apertado da religião sobre os indivíduos é manifesta. De uma forma geral, pelos sons que criou Mozart, perto dos finais do século XVIII, ajudou a construir esse trajecto que levaria à liberdade individual do Homem em criar o seu próprio caminho. Naturalmente pela vida que teve e pelo património que deixou, podemos concluir com Zhu Xiao - Mei «Mozart é uma criança (...) que tudo conheceu. Uma criança que teve a profundidade de um velho sábio».
(1) Zhu Xiao-Mei, O Rio e o seu Segredo

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