domingo, 19 de janeiro de 2014

A sabedoria do silêncio

Estive sempre sendo nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha coração
magoado (porque o0 amor, perdoa dizê-lo, 
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação). Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.

Eugénio de Andrade, Poesia, Modo de Ler    
Imagem, via  http://art-of-dreaming.tumblr.com/

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