sábado, 27 de abril de 2013

Viver a Viagem

"Uma paisagem só pode suscitar a emoção do sublime quendo sugere força, uma força maior que a dos humanos e que os ameaça. Os lugares sublimes encarnam um desafio à nossa vontade". (1)

Alain de Botton, dá-nos em A Arte de Viajar um conjunto de referências sobre algo constante na dimensão humana, a busca da felicidade e a apreensão íntima da beleza. Isto é o plano maior dessa construção, de que os Gregos chamavam a Plenitude Humana, ou seja o modo como na viagem tentamos superar a rotina e o quotidiano.

A viagem se é para alguns, um momento regular de libretação e de conhecimento de outras geografias, é para outros a tarefa essencial da vida. Pensar a viagem, entre o desejo, o sonho e as imagens criadas, a curiosidade por buscar noutras culturas o complemento do que somos são alguns dos tópicos abordados pelo autor.

 A viagem e os seus locais por onde alguns se aventuraram em formas de construir uma intimidade solitária e que buscava o outro, a natureza, o sublime que nos transporta a momentos de trancendência e à verificação da nossa frágil efemeridade. A viagem, como descoberta do que mais intímo mora em nós, da capacidade de ver o mundo e de o representar com significado no que será o mais perene da experiência humana conduz-nos à Arte.

A viagem dá-nos assim pela sua iniciação nas palavras, os significados que todos os passos souberam registar no olhar atento do real. Um livro sobre paisagens, escritores, poetas, visionários, viajantes que fizeram da viagem uma fonte de energia criativa e um caminho alternativo, na descoberta mais próxima da realidade que nos envolve.


(1) Alain de Botton, A Arte de Viajar, Dom Quixote

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