Há largas décadas, justamente a sete de Abril de 1915, que se celebra mais um
ano sobre o nascimento de uma voz única e indescrítivel em palavras. Uma
voz plena de emoção que nos dá uma ideia de voo sobre os sonhos,
alicerces numa vida em que tantas vezes não se atinge aquilo que
imaginámos.
Billie,
com uma voz levemente rouca, de um timbre pleno de sensualidade, capaz
de nos fazer dar os quadros etéreos entre a felicidade que se procura e a
desilusão que tantas vezes sofremos. Ela própria, vítima em criança da
extrema pobreza, do abandono, dos maus tratos, foi sem dúvida com a sua
voz de anjo um ícone de todas as incompreensões e lutas que travou num
tempo em que ser negro era mais uma dificuldade.
Com
Lester Young, criou um conjunto de emoções de uma natureza poética
sublime, onde a grande altura nos deu o sorriso triste e doce de uma
melancolia generosa. Na sua breve vida, encantou mais do que qualquer
outra voz o fascínio do encontro e a amargura da desilusão, sempre
emocionada e verdadeira numa alegria de entrega pela arte e pela vida.
Abaixo um exemplo da sua arte.
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